Consequência natural – exemplo prático
Um dia estava voltando de um passeio com as crianças e aconteceu algo bem engraçado e nojento. No fim, percebi que foi um exemplo muito prático de como aplicar a consequência natural, uma ferramenta da disciplina positiva, na educação das crianças.
Vamos à história:
Flora no carrinho e Ben caminhando ao meu lado sem dar a mão. Foi então que, ele vê um montinho na grama, logo em frente. No auge da curiosidade ele pergunta:
-Mãe o que é aquilo?
O que é consequência natural?
Trata-se de uma maneira educativa, não violenta e respeitosa onde a criança percebe que suas ações tem consequências e ao experimentar isso, vai moldando sua forma de agir no mundo.
A consequência natural é uma das ferramentas da disciplina positiva que ensina sem violência. Acontece quando a criança faz algo inadequado que acarreta em uma consequência que não é planejada ou imposta pelo adulto.
Como na minha história. Ele não seguiu minha ordem e sujou o pé. A consequência foi imposta pela natureza sem intervenção. Ele pode experimentar uma ação e sua reação e isso foi educativo.
Não há a necessidade de sermão, castigo extra e outras intervenções.
Importância do acolhimento diante da consequência natural
Também é positivo acolher a criança, mesmo ela tendo feito algo errado, neste caso limpando, a ajudando a se acalmar e ver como resolver o problema. Quando fazemos algo errado precisamos que alguém nos ajude e não que nos deixem sozinhos.
A consequência natural já mostrou que a ação não adequada gerou um problema. Deixar a criança resolver sozinha sem acolhimento vai deixá-la com sentimentos negativos de raiva, impotência, insegurança, carência o que interfere na aprendizagem. O fato deixa de ser educativo para ser traumático.
Acolher com respeito reforça o vínculo e promove que ela absorva a aprendizagem sem mudar de foco. Vale lembrar que acolher uma consequência natural não significa livrar a criança da consequência de suas ações. O ideal é convidar a criança a resolver o problema, ajudando com perguntas para que ela ache a solução, nunca fazer por ela.
Claro que neste ponto, no desespero de não deixá-lo se sujar mais, pulei essa etapa. Também porque poderia o colocar em risco de contato com o cocô o que seria inapropriado.
E o que faço com meu sentimento?
Claro que sentimos raiva, ficamos brabos, frustrados, cansados, e nos sentimos até “provocados” pela criança, porque não queremos mais um problema. Porém, essas são nossas emoções com as quais precisamos lidar sem descontar nos outros. Precisamos aprender a não sermos covardes depositando nossas frustrações nas crianças ou pessoas próximas à nós.
É um aprendizado que exige treino, afinal, não fomos ensinados assim. Mas se quisermos um mundo mais justo e humano, precisamos quebrar a corrente e dar exemplo, permitindo que as crianças aprendam com seus atos, sem violência e com respeito. Algumas vezes nós mesmos precisamos do cantinho da calma, o que é positivo.
E você, lembra de algum episódio onde você conseguiu usar só a consequência natural?