O que é facilitação parental?

O despertar do termo

Depois de refletir e pesquisar como eu poderia atuar no mercado de educação parental (educação para pais), encontrei o termo “facilitadora parental”, que julgo ser o mais adequado às minhas pretensões.
Quando tive meu primeiro filho descobri que tudo que eu achava que sabia sobre educar não funcionava na prática. Senti o quanto eu era despreparada. Olhando em volta comecei a perceber que outros pais compartilhavam esse sentimento. Aprofundando a análise, percebi que nossa sociedade não nos ensina a ser pais. Acabamos contando com nossa intuição (ofuscada pelos palpites e julgamentos externos), poucas referências (nem todos tem rede de apoio efetiva) e muita sorte. E, não me parece adequado contarmos com a sorte quando estamos tratando da formação de uma vida humana. Até encontramos aquele curso de gestante, oferecido pelas maternidades e planos de saúde, onde o ápice do curso é como dar banho, cuidar do coto umbilical e trocar fralda. Acontece que, embora pareça assustador, essa parte é a mais simples de se aprender. Acreditem, o que torna o banho, a fralda e o coto umbilical assustador não é a dificuldade da tarefa, mas o que está por trás dela. Estes eventos representam a passagem de um umbral, o portal para nossa nova vida, onde tudo é desconhecido. Como não estamos preparados e nos sentimos sozinhos, temos medo desta passagem. Quando somos preparados e temos uma rede de apoio, esse medo desaparece e vamos construir intuitivamente a forma adequada de cuidar de nossa criança. Não se trata de aprender uma técnica, se trata de despertar a intuição.

Não é ensinar, mas facilitar

Minha proposta não é ensinar os pais a cuidar de suas crianças, com técnicas impositivas de certo e errado. A ideia é auxiliá-los a descobrirem sua própria forma de maternar, intuitiva e adequada às suas necessidades. Não tenho um tutorial, nem receita de bolo, nem uma técnica com alto índice de aprovação. Nosso foco são seres vivos, orgânicos, pequenos que possuem suas próprias identidades, necessidades, temperamentos, personalidades, desafios. Não há como enquadrá-los em um manual técnico. Não se trata de técnica, se trata de intuição e esta não se ensina, se desperta. Por isso não quero educar pais, mães e cuidadores, quero facilitar, auxiliar para que despertem sua intuição e assim construam sua forma, seu jeito, seu caminhar.

Um caminho de melhoria contínua

O que chamo de facilitação parental é um caminho de formação humana para pais e cuidadores, que a partir da maternagem, vão descobrir suas limitações e suas potencialidades. Vão olhar para si, encontrar sua própria identidade e buscar caminhos para se tornarem adultos melhores, um pouco a cada dia. Ao aprendermos a olhar para nós mesmos, vamos conseguir olhar para nossos filhos e enxergar não seus cachos e peles lisinhas, vamos enxergar sua essência, suas potencialidades e suas necessidades. Ao descobrirmos como ensiná-los a superar suas necessiades, vamos aprender e ter forças para superar a nossas próprias. E assim traçaremos nosso caminho de desenvolvimento e ao fim da jornada entregaremos não apenas filhos melhores para o mundo, mas nos entregaremos melhores também.

Como vai ser?

Esta parte esta em plena construção e poderá levar anos até se completar. A formação humana é um processo contínuo, vamos aprender com a experiência e ir ficando melhor a cada ciclo. O que fizemos bem, repetimos, o que não foi adequado, descartamos. Aos poucos vamos formando um sistema efetivo de trabalho para ajudar outros pais e suas crianças a terem uma relação afetiva, de vínculo e de aprendizado mútuo onde filho aprende com pai e pai aprende com filho. O modelo de trabalho está sendo construído a partir da minha vivência dentro do campo maternagem, com experiências minhas e de outros pais que tive e tenho a oportunidade de trocar. Embasei meu modelo de negócios em quatro pilares que levam à maternagem consciente.