Observo ainda que a maternagem pode ser instintiva, onde o cuidador age do jeito que sabe, consegue ou pode. Geralmente repetindo a forma que ele próprio foi cuidado ou então agindo de forma oposta à sua experiência de infância. Um exemplo é uma pessoa que passou por uma infância muito rígida, que lhe deixou marcas dolorosas. Esta, ao cuidar de seu filho, não repete essa rigidez, por conta de seus próprios traumas. Esse processo é instintivo, reativo. Você afasta de seu filho o que lhe causou dor.
Já a maternagem consciente, está relacionada às escolhas que fazemos ao educar com base na vontade. Seguindo o exemplo, a escolha por menor rigidez não será para evitar a dor. Haverá uma reflexão mais profunda sobre o efeito da rigidez e a busca por formas mais adequadas de formação. Neste caso as escolhas não serão reativas. Serão embasadas na consciência, na observação e avaliação de seus valores, do que quer transmitir e em como transmitir isso.
A experiência da maternagem consciente em mim gerou um processo de autoconhecimento incrível. Foi como se uma porta se abrisse no universo para um novo patamar de compreensão de mim mesma e do sentido da vida. E transitar por este terreno sozinha, sem apoio e trocas é muito árduo e limitante. Por isso criei o Melhor de Mim, para construir uma rede de maternagem consciente com informações, trocas, apoio e sem julgamentos.
Uma forma de trilharmos o caminho da evolução humana, ensinando o melhor que pudermos às nossas crianças, mas não sozinhos, não no escuro. Um jeito de usarmos a experiência e as tradições, sem deixar de fazer nossas próprias escolhas e escrever nossa história.