Preparando para a vacina – Experiência prática

Já contei para vocês sobre a minha opinião sobre o DIA D vacinação em outro post. Agora quero contar como foi a nossa experiência com a vacinação do Ben (2anos e 10meses) neste mesmo dia e como o preparamos.

Eu estava com super receio de levar ele para fazer vacina. Ele está naquela fase dos dois anos em que tudo pode ser motivo para uma crise emocional. E achei que a vacina seria um motivo e tanto para uma crise.

Fomos eu e meu marido levá-lo, pois ele está numa fase de super apego com o pai.

De manhã já tínhamos falado que iríamos fazer a vacina e ele disse imediatamente:
– Não quero!

Preparando para a vacina
Preparando para a vacina – Created by Freepik

Evite a ansiedade

Não demos continuidade no assunto para não gerar ansiedade em cima do fato. Agimos com naturalidade. E em outros momentos do dia falamos novamente que iríamos fazer a vacina. Ele sempre negando e demonstrando que não queria, reforçando a fase “do contra” típica desta idade.

Fale a verdade e explique o que vai acontecer

Saímos dizendo que iríamos na vacina, depois ele iria sair para andar de bicicleta com o pai. Chegando no posto ele pediu colo, demos. Enquanto esperávamos explicamos para ele mais ou menos como seria o procedimento, que era uma picada e que dói um pouco, mas logo iria passar.

Use elementos lúdicos de coragem

Ele estava com a roupa do Super Homem, então reforçamos que ele tinha coragem e força e podia enfrentar o desafio.

Sempre tentamos passar bastante segurança para ele e responder todas suas perguntas, para que ele confie na gente durante o processo.

Dentro da sala de vacinas é tudo meio linha de produção e não tem muito tempo para carinho, diálogo, etc. É levanta a blusa, vacina e sai. Tentamos amenizar o stress na medida do possível. Como ele estava de super homem, quando entramos perguntamos se “tinha vacina para super homem também”. Foi a forma de tornar a coisa lúdica. Sentamos ele na maca e fomos falando rapidinho que a enfermeira iria dar uma vacina na boca e que depois iria dar a injeção no braço. Falamos de forma o mais natural possível, sem dramatizar. Na verdade quem fez essa parte foi meu marido, pois eu estava com a Flora no colo. Também sugeri que ele respirasse fundo na hora da injeção.

Acolha

Eu estava já preparada para consolá-lo e para meu espanto, ele não chorou! Nem uma lágrima. Saímos observando seu comportamento e pronto para ampará-lo, mas ele ficou “de boa”. Saímos do posto e vimos que tinha uma partida de futebol ali na frente. Fomos ali olhar um pouco, ele logo se distraiu e pronto, não precisou mais nada.

Reflexório

Conseguimos fazer com que um momento potencialmente tenso e aterrorizante fosse traquilo e sem memória negativa. Acho que o que mais contou é ter falado a verdade, sem dramas desnecessários. Não prometemos nada depois da vacina, não demos mais importância do que tinha o fato nem geramos ansiedade. Também sempre trabalhamos o acolhimento com ele, assim ele tem muita segurança no que dissemos.

Lúdico

Acho que a fantasia de super herói ajuda, pois eles entram no lúdico e sentem-se mais encorajados. Mas tem que cuidar para não apelar para o “Super Homem não chora”, “Mas você não é um super herói”, essas coisas. A fantasia não impede o choro, pode ajudar a dar coragem, mas se chorar, é só acolher o sentimento.

Apelar para o lúdico é um bom recurso. Inventa que é uma missão do personagem de aventura preferido dele. Que eles vão num lugar especial tomar uma injeção de super poder/ invisibilidade, depois é só sair brincando que ele está invisível. Acolhe o choro se existir e conforme for tendo abertura, vai introduzindo a brincadeira.

Virtudes necessárias

Outro recurso que já usei para alguns casos de medo é falar da coragem. Eu explico que existe a coragem, que é ela que usamos para combater o medo. Que a coragem fica dentro do coração e que podemos usá-la sempre. Também criei um “colar da coragem” físico, que ele segura na mão quando precisa ter mais coragem. Então quando sinto que é isso que está “pegando” tenho o recurso do colar.  Esse tipo de coisa tem que ser trabalhado com calma, preparando eles para a aventura. Fale sobre a coragem em casa alguns dias antes, depois reforce contando novamente de forma lúdica e adequada a idade, para que no dia que você precisa, ele já ter administrado como funciona.

Exercício de respiração

Exercícios de respiração podem ser recursos úteis nestas horas. Eu ensino o Ben a respirar fundo em momentos difíceis, e já estamos treinados nisso. Então, na hora do desafio se digo para ele respirar fundo, ele já consegue fazer. Depois também, quando ele entra em crise de choro, vou sugerindo que ele respire fundo para passar. É uma forma carinhosa e gentil que substitui o “pare de chorar” ou ” não foi nada”.

E claro que o fato desta missão ter sido um sucesso não garante que as próximas sejam iguais. É preciso estarmos preparados para apoia-los em qualquer ocasião. Se chorar, amparar, acolher, dar carinho para que o sentimento seja aliviado e não gere feridas, tensões e culpas. E se não chorar, perguntar como ele está e parabenizar pela forma que ele lidou com o desafio, pela forma que ele usou a coragem.

E você, como prepara seu filho para situações como vacinas, exames e procedimentos médicos? Compartilha conosco aqui nos comentários!

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