Reflexão sobre o dia das crianças.

Neste dia das crianças, lhe convido a ir além de comprar presente e mudar a foto do perfil. Lhe convido a refletir sobre o que significou a infância em sua vida e em como tratamos a infância e as crianças de nosso convívio.

Dia da criança e nossa relação com a infância

Nos últimos dias ouvi relato de uma pessoa que foi à terapia, começou a falar da infância e só chorou durante duas sessões consecutivas.

Vi crianças sendo agredidas psiquicamente através de excesso de não.
Percebi criança sendo mal criada por querer atenção.
Enxerguei recém nascido sendo passado de mão em mão feito cuia de chimarrão.
E os adultos brigando por ideologias feito criança que briga pelo carrinho?
Também presenciei criança brigando por carrinho.
Senti a violência, o ódio, a falta de respeito, a intolerância escondendo as dores não acolhidas do passado. E não acreditei no que vi.
Limitei-me a acreditar que isso tudo é uma forma de esconder a dor, o sofrimento, pois, por trás do engano, toda alma é pura e cheia de amor.
Precisamos nos despir destas “cracas*”.

O que ando lendo sobre infância

O que tenho estudado mostra que a base da nossa vida está nas nossas experiências na primeira infância.
É na gestação e no primeiro ano que experimentamos o que é ser amado, acolhido, aprendemos confiança. Depois, aprendemos a dominar nosso corpo físico e a nos comunicar. Mais adiante, vamos aprender o controle e autonomia, para então começar a perceber e lidar com as emoções e por fim, nossa identidade. Essas são as bases que precisamos para viver de forma plena.
E, ao observar, vejo o quanto essas bases tem sido negligenciadas nas últimas gerações. Adultização aos 13 anos ou antes. Seja ajudando no trabalho, seja cuidando da casa ou dos irmãos. Tem aqueles que sofreram pela ausência dos pais na infância, que cresceram com a compensação material, culpa e carência. E essas infâncias roubadas acabam por contaminar a criação atual.
Essas dores estão por trás das máscaras dos adultos de hoje, todos vítimas da ignorância de um sistema que despreza a infância. E são esses que comemoram hoje o dia da criança.

E como comemorar o dia da criança de forma plena?

Meu convite é aproveitar o passar dos dias com seu filho para aprender sobre sua fase de desenvolvimento, como se relacionar com ele e ajudá-lo a despertar o melhor de seu potencial em cada momento. Assim, temos base para educar, excluímos os padrões antigos e negativos e mantemos os positivos. Com o estudo conseguimos ter discernimento para escolher como proceder a cada desafio.
Também o convido a pensar em como foi sua infância. O que foi ruim e o que foi bom? E como esses fatos impactam em quem você é hoje?
Por fim, compartilho que não há bem maior que a justiça e o respeito. Não há presente melhor para uma criança que poder desenvolver-se em paz, em um ambiente acolhedor e seguro. E é isso que temos experimentado aqui em casa. Com muitas falhas, muitos momentos de dúvidas, mas sempre buscando entender o que se passa dentro destes seres pequenos cheios de aprendizagem para nos dar.
Deixe seu comentário sobre o que este texto lhe trouxe de reflexão e ajude-nos neste aprendizado de maternagem consciente.
*Para entender mais sobre isso, procure pelo Mito de Glauco.

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