Será que vou dar conta? - Maternagem sem medo

Será que vou dar conta? – Maternagem sem medo

Será que vou dar conta? perguntou-me uma amiga gestante de 7 meses. No mesmo dia, minutos mais tarde, outra me questionou a mesma coisa.

Respondi a primeira o que eu tinha aprendido. Depois copiei a resposta e enviei para a segunda. Mais tarde vejo a seguinte frase:

“Há mais coisas que podem nos assustar do que nos esmagar; sofremos mais frequentemente na imaginação do que na realidade” – Sêneca

Eu particularmente costumo pensar que não vou dar conta. E tenho combatido essa insegurança há tempo. Acontece que o lado racional sabe que vamos dar conta enquanto o lado inseguro fica dizendo que não. Toda mãe que opta por uma maternagem consciente e busca despertar o que tem de melhor para educar seus filhos vai dar conta da tarefa.

Quando engravidei do meu primeiro filho fiquei com medo de não dar conta, de não saber o que fazer com aquele bebê do lado de fora.

Quando ele nasceu tive certeza que não daria. Sabia a teoria, tinha o YouTube, mas há um vale entre teoria e prática e no assunto bebê esse vale parece ser ainda maior.

Mas dei conta direitinho.

Quando nosso filho estava com 10 meses meu marido viajou por 15 dias. Achei novamente que não daria conta de ficar 15 dias com um bebê que era muito apegado ao pai. Mas dei conta direitinho (com uma dose extra de olheiras).

Quando viajamos e tive que ficar 24h entre voo e conexões, quando fiquei uma semana sozinha com o bebê fora de casa e em vários outros momentos achei que não daria conta. Mas sempre dei.

Não quero dizer com isso que sou super herói, mas que sim a gente SEMPRE dá conta de nossos filhos, de um jeito ou de outro.

Tenho uma amiga que teve trigêmeos; uma que tem filha com paralisia cerebral, outra que tem filho longe da família, outra que é mãe solteira, outra que assumiu o sobrinho adolescente, outra que cuidava do bebê e da mãe doente. E todas deram conta.

Acredito que todas em algum momento acharam que não conseguiriam, que não eram capazes, mas eu nunca duvidei de nenhuma e sempre as admirei. Ou seja, essa insegurança está dentro de nós apenas. Nosso medo não é real, tanto que quem olha de fora nos vê super capazes.

Pela minha experiência vejo que ser mãe às vezes é mais difícil, às vezes mais fácil. Às vezes erramos e às vezes acertamos. Mas sempre damos conta, principalmente quando achamos que não vamos dar. Parece que tem uma força extra na natureza que nos impulsiona nos momentos de insegurança e nos faz ir em frente, um dia de cada vez, nos superando a cada hora. É só escutar a voz que tem dentro de nós, buscar o melhor que temos, despertar nosso potencial e seguir em frente.

Acredito que isso acontece quando estamos abertas a aprender, buscando conhecimento sobre nossos filhos e sobre nós mesmos, buscando aprender com quem admiramos, enfrentando nossos erros e aprendendo com eles. Observando nossos filhos, nossas ações e buscando refletir sobre o que está acontecendo em nossas vidas.

Minha dica para quando você achar que não vai dar conta é ter fé nessa força da natureza que nos permite extrair o melhor que temos para generosamente custodiar nossos filhos. Essa força não falha, basta ter fé e agir.

“Fé na vida, fé no homem, fé no que virá. Nós podemos tudo, nós podemos mais.
Vamos lá fazer o que será” – Gonzaguinha

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